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segunda-feira, 25 de julho de 2011

A história dos Pisos Industriais no Brasil e suas diferentes caracteristicas.

A história dos pisos industriais no Brasil é bastante recente, com pouco mais de 20 anos. Antes disso, havia pouca preocupação com critérios de projeto.
No início, costumava-se dimensionar os pisos industriais (geralmente de concreto simples) com base nos critérios da PCA. A grande popularidade esse método deve-se à ênfase dada pela ABCP a ele – que se popularizou com os trabalhos divulgados em simpósios e cursos promovidos por aquela entidade.
A partir de 1995, começam a surgir novas tendências de dimensionamento – agora vindas da Europa – com o ressurgimento dos trabalhos de Lösberg e Mayrhof, em contraponto aos preceitos dos americanos Westergard, Picket, Ray e Packard, este com contribuições mais afeitas ao pavimento industrial.
O fator que difere as duas escolas – a européia e a norte-americana – reside fundamentalmente no fato da primeira focar em pavimentos reforçados, empregando telas soldadas, fibras de alto módulo ou protensão, enquanto a americana trabalha essencialmente com concreto simples.
A diferença entre as estruturas dos dois pavimentos é acentuada: enquanto os critérios americanos produzem estruturas de elevada rigidez e placas de pequenas dimensões, os procedimentos europeus conduzem a pavimentos esbeltos e placas de grandes dimensões.
Nota-se que nos últimos dez anos o Brasil vem trilhando o caminho inequívoco da escola européia e o grande avanço das técnicas de dimensionamento dos pavimentos estruturalmente armados contribuíram para selar essa tendência.

Ao contrário da década passada, encontramos hoje no Brasil uma larga gama de opções para os pavimentos industriais. O alto grau de especialização que os profissionais das áreas de projeto e execução atingiram, faz do Brasil um dos países líderes no dimensionamento de pavimentos, retirando todo potencial disponível nos diversos materiais de reforço e produzindo notáveis exemplos de pisos do tipo joitnless (que emprega placas de grandes dimensões, geralmente superiores a 250m²) com estruturas delgadas e funcionais.
Por esses motivos, reservamos a denominação de pavimentos industriais àqueles dimensionados com base em conceitos científicos, enquanto o termo piso deveria ser empregado às estruturas arbitradas de modo empírico e sem maiores responsabilidades.

Piso com Armadura Distribuída

É com certeza o mais popular dos pavimentos industriais, sendo constituído por uma estrutura em que a armadura (geralmente uma tela soldada) é posicionada no terço superior da placa de concreto. A função primordial desta armadura é combater as tensões originárias da retração hidráulica do concreto, permitindo a execução de placas com dimensões bem maiores se comparada àquelas feitas somente com concreto (pavimento simples).
Secundariamente, essa armadura tem também uma resposta estrutural, como demonstram ensaios de verdadeira grandeza efetuados com placas de concreto simples e com armadura distribuída, mas que serão objeto de analise futura.


Piso Estruturalmente Armado

Embora o Brasil tenha uma longa tradição no emprego do concreto armado, a conceituação formal do pavimento estruturalmente armado no nosso país tem menos de 10 anos, enquanto que, por exemplo, na Europa, é empregado há mais de 50 anos.
Este tipo de pavimento distingue-se daquele com armadura distribuída por possuir uma armadura positiva (posicionada na parte inferior da placa de concreto) destinada a absorver os esforços gerados pelos carregamentos.
São pavimentos empregados em áreas de carregamentos elevados e tem oferecido grandes possibilidades no campo do jointless.


Pisos com Fibras

Na primeira metade da década de 90, o Brasil passou a contar com as fibras de aço produzidas a partir de fios trefilados de alta resistência que são adequadas à execução dos pavimentos industriais.
Com essas fibras vieram também critérios de dimensionamento que permitem extrair deste material toda a sua potencialidade estrutural. Podemos até dizer que a chegada das fibras de aço promoveram uma verdadeira revolução na engenharia de pavimentação industrial, pois abriu para nós toda a metodologia de dimensionamento empregada na Europa, possibilitando o aperfeiçoamento das técnicas de projeto de outros tipos de pavimento, notadamente o armado.
Hoje temos também outros tipos de fibras de alto módulo disponíveis como, por exemplo, a fibra de vidro. Também devem chegar, num futuro próximo, as fibras plásticas de alto módulo.


O pavimento protendido é bastante popular no Brasil na área aeroportuária, tendo como um dos mais notáveis exemplos a pista do aeroporto Tom Jobim (antigo Galeão) no Rio de Janeiro construído a cerca de 30 anos.
Recentemente esse tipo de pavimento ganhou grande impulso com a chegada da cordoalha engraxada e tem como grande atrativo a possibilidade de execução de pisos praticamente sem juntas.